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Afinal parece que o meu pressentimento tinha razão de ser: Hollande subiu dois pontos no nível de popularidade, numa sondagem realizada nos dias 10 e 11, depois do "escândalo" revelado pela revista Closer.
Outra sondagem revelou que 77 por cento dos franceses considera que a "affaire" do presidente é um assunto do foro pessoal.
O que não impediu a revista de ter feito uma tiragem extra de 150 mil exemplares e ter batido o recorde de visualizações no seu website. A malta gosta de bisbilhotar, mas não se sente ofendida. Este é ainda um dos poucos valores que os europeus conseguem manter fora da globalização da hipocrisia norte-americana.
Outro artigo interessante sobre este tema: O presidente francês e a primeira dama, por Estrela Serrano.
François Hollande teve hoje uma prova de vida e de fulgor que nenhuma acção política podia fazer: foi revelado o seu "affaire" com uma conhecida actriz numa revista que os franceses chamam de presse people.
Como dizia um amigo meu francês, no tempo da monarquia os reis resolviam os problemas de popularidade ou de fragmentação da nação de duas formas: com uma nova guerra ou com uma nova favorita.
Hollande entra no panteão dos grandes e pequenos machos estadistas republicanos, na senda de Giscard D'Estaing, Mitterand ou Sarkozy.
Afinal, temos homem. Aguardemos pelas sondagens, mas pressinto que vão melhorar. A Europa não é a América. E a revelação da vida privada dos políticos, no que respeita à vida amorosa, embora seja condenada e condenável à luz da deontologia jornalística, acaba por lhes emprestar uma dimensão humana e, muitas vezes, invejável.
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