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Tornou-se viral o video em que o jogador de futebol brasileiro Dani Alves comeu em campo a banana que um adepto lhe atirou. A banana tornou-se rapidamente, em todo o mundo, um símbolo da repulsa por atitudes racistas.
O atleta português Nelson Évora não perdeu a oportunidade de contar o que se passou com ele e um grupo de amigos num espaço lisboeta chamado Urban Beach (e que passe a má publicidade). Gerou uma profunda reacção de repulsa e onda de solidariedade no Facebook.
Esse espaço de má nota teve o seu momento "Oprah na Hermes". Em ambos os casos, o "racial profiling" dos responsáveis ou dos empregados dos estabelecimentos teve o azar de se confrontar com figuras públicas, que amplificaram os acontecimentos.
A denúncia nas redes sociais é o pior pesadelo das marcas pelo movimento imediato de partilha que gera. Na maior parte das vezes, passa para a comunicação social. Veremos a amplificação do seu impacto para fora das redes sociais e, sobretudo, vamos ver como a marca reage. Não sei se a reputação é uma das preocupações do Grupo K. Se não é, devia ser e um pedido de desculpas a clientes que, para mais, são atletas que representam o melhor do país, seria o mínimo exigível.
Adenda: o presidente do Conselho de Administração do Grupo K respondeu:
Caro Nelson Évora,
Fomos surpreendidos com a publicação no mural da sua página do Facebook de uma foto com conotação xenófoba, com o objectivo de denunciar uma alegada situação de "racismo", supostamente praticada por um funcionário do Urban Beach.
Confesso a nossa incredulidade no que refere à situação que relata, pois não existe qualquer tipo de instruções por parte da administração da empresa para excluir, seja quem for por razões raciais, políticas, religiosas ou outras.
Aliás, ao que nos informam, o Sr. Nelson Évora frequentou em outras ocasiões o estabelecimento, sem qualquer tipo de constrangimentos.
Temos igualmente alguma dificuldade em entender o propósito de fazer publicamente essa acusação infundamentada, uma semana após a suposta ocorrência.
Existe sim naquele espaço um código de conduta, e o chamado "Dress Code", sendo que quem se encontre desenquadrado, terá o acesso condicionado.
Foi isso mesmo que foi explicado à pessoa em questão.
Temos mantido ao longo destes 25 anos inúmeros clientes das mais diferenciadas raças e etnias, nunca utilizando a diferença racial para realizar qualquer tipo de discriminação.
Detemos igualmente nos nossos quadros de pessoal elementos das mais diversas origens raciais, com base apenas nas suas qualidades profissionais.
Se apesar do que nos foi relatado, o funcionário em questão proferiu efectivamente o que relata, pedimos-lhe desde já, que aceite as nossas mais sinceras desculpas, pois não só não nos revemos nessa atitude, como abominamos a mesma.
Cordiais Cumprimentos,
Paulo Dâmaso de Andrade
Presidente do Conselho de Administração
Grupo K
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