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Antes de começar a jogar e a provar qualquer rendimento desportivo, o jogador egípcio Shikabala gerou um furacão na página do Facebook do Sporting.
Roberto Teixeira notou, num grupo do Facebook, que entre o anúncio da sua contratação e a confirmação no encerramento do mercado, na madrugada de dia 1 de Fevereiro, "em apenas 14 horas a página do Sporting Clube de Portugal alcançou mais de 60 mil novos fãs e nas últimas 48 horas teve um crescimento de mais de 100 mil."
Para além das centenas de comentários ao post do novo jogador, a página do Sporting "foi invadida por comentários da comunidade egípcia".
Em árabe, claro.
Marco Marques, no mesmo grupo, explica este fenómeno: "Os países do norte de África, nomeadamente os situados a poente (países do Magrebe) e algum do prolongamento nascente (do qual o Egipto é a primeira porta de entrada) possuem um potencial comercial enorme no futebol (intimamente relacionado com o seu fanatismo) e o Sporting está a saber escolher figuras representativas de cada um desses países. Provavelmente, assistiremos, num futuro próximo, à chegada de algum jogador representativo de Marrocos, Tunísia e Líbia. O alcance da marca 'Sporting' crescerá muito mais depressa nestes países que nos mercados orientais (mais fidelizados às grandes Ligas Europeias) embora as abordagens não sejam mutuamente exclusivas."
Interessante esta análise do Marco referente à estratégia de expansão da marca Sporting para outras geografias Interessante nesta estratégia a utilização do Facebook, onde o clube começou a postar em árabe. A página, aliás, tornou-se literalmente bilingue. Uma boa aposta e uma boa utilização das redes sociais.
1. Sporting, a marca do ano
O Sporting conseguiu em 2013, na modalidade futebol, a proeza de que poucas marcas se podem orgulhar: cumpriu todas as promessas da marca. A saber: Esforço, Dedicação, Devoção e Glória.
Esforço: uma equipa muito jovem, um enorme esforço de concentração tanto dos jogadores como do treinador
Dedicação: de toda a estutura, empenhada na reconstrução da equipa e na reconquista do orgulho dos seus adeptos.
Devoção: o Sporting sempre gozou de uma enorme devoção, uma fé religiosa dos seus adeptos. É agora maior que nunca.
Glória: como em todas as marcas, a sua sobrevivência exige glória, vitórias, ambição, aspiração.
O Sporting consegue terminar o ano com o posicionamento de uma marca premium, com um primeiro lugar no ranking da Liga e uma notoriedade pública muito positiva.
2. Miguel Macedo, a figura do ano
O ministro da Administração Interna fez um royal flush de comunicação em 2013: passou entre nuvens de cinza e entre balas de borracha e termina o ano sem uma única marca de arranhadela na sua imagem.
Lançou um concurso de aluguer de meios aéreos envolto em polémica e suspeição, teve um dos piores anos de sempre em incêndios devastadores e oito mortes de bombeiros. E ficou a observar o mundo a revoltar-se com as condolências privadas do presidente da República às famílias enlutadas. Já com o ano mesmo a acabar, em vésperas de natal, viu ser publicado um relatório que inputa as mortes aos falecidos.
Esteve desaparecido em combate na manifestação no parlamento de polícias à paisana que foram bem recebidos pelos colegas de farda. Conseguiu, 24 horas depois, apresentar uma medida infalível: demitiu o chefe dos polícias. E ainda conseguiu a proeza de arranjar um emprego melhor ao chefe despedido.
Estes episódios provocaram um ou outro beliscão, uma ou outra arranhadela superficial. Mas chegamos a 2014 com um ministro luzidio, uma imprensa benévola e uma oposição que tem de se preocupar com outras pastas.
A explicação para esta resiliência da imagem do ministro pode estar na sua postura, sempre séria (não ri) e ponderada (o episódio da cigarra e da formiga já lá vai). Pode estar também no facto de ter sido durante um ano líder parlamentar e beneficiar da complacência dos deputados, que antes de serem da esquerda ou da direita são colegas. Mas deve estar, tem de estar, também, numa eficaz assessoria de imprensa. Só pode.
Chapeau.
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