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Assisti há dias, na Aljazeera, a um programa interessante que punha em confronto a cobertura feita pelos meios de comunicação ocidentais, em particular os americanos, e a feita pelos russos, sobre a situação da Ucrânia.
Achei muito interessante a abordagem porque mostrou algo a que não estamos habituados. Isto é, a pôr em causa os nossos bastiões da democracia ocidental pela forma como manipulam a informação e constroem a realidade que consumimos.
Aliás, nada que não tivesse acontecido na Europa, em plena crise das dívidas soberanas. Foi soberba a mobilização dos meios de comunicação nacionais e internacionais a empurrarem os países periféricos para os resgates e a criarem a tese de que não havia outra alternativa.
Fosse eu investigador desta área e já tinha produzido um sem número de papers sobre o assunto.
Como profissional de comunicação, resta-me apenas verificar que estas técnicas funcionam, estão de boa saúde e recomendam-se.
O problema é que corremos sempre o risco de haver uns bandos de mal-intencionados que as usam da pior maneira. Como sempre.
* Managing Director da Young & Rubicam Public Relations
Foto: Yoav Lemmer/AFP/Getty Image
Esta imagem tornou-se hoje viral. Uma "Photo-Op", isto é, uma oportunidade combinada para captar imagens de figuras públicas em eventos, tornou-se um pesadelo em termos de mensagem política.
Um simples gesto de Benjamin Netanyahu com a iluminação errada traçou um bigode hitleriano a Angela Merkel. A ironia é tanto maior quanto o termo "Photo-Op" tem ganhado fama negativa por ser meticulosamente preparado para obter imagens plásticas com forte conteúdo propagandístico. Em geral, dos Photo-Ops resultam imagens simpáticas de calorosos abraços, gestos ternurentos com criancinhas ou velhinhos em cuidados continuados.
No caso, esta gaffe involuntária pareceu obra divina para os detractores de Merkel e até mesmo do primeiro ministro israelita.
Em rigor, este é um caso em que mil palavras terão de valer mais, muito mais, que uma imagem.
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