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Fotografia de Hugo Amaral, Observador
Esta semana, o Observador publica duas narrativas sobre as campanhas para as eleições europeias: Gonçalo Bordalo Pinheiro revela os bastidores da campanha de Francisco Assis e Miguel Pinheiro acompanhou a campanha de Paulo Rangel.
Chamo-lhes narrativas porque não são artigos, não são reportagens, não são histórias. São uma nova forma de relato jornalístico, em que a informação se mescla com interpretação (diria até que alguma imaginação), uma postura mais subjetiva e quase que íntima perante os políticos e as máquinas partidárias e, sobretudo, muitos detalhes "picantes" e eventualmente incómodos para os retratados. É como se estivéssemos a seguir o jornalista através da sua câmara oculta, partilhando segredos e as petites histoires de uma campanha. Um deleite para o leitor voyeur que há em todos nós.
Podemos dizer que, com estas duas peças, o Observador trouxe um novo jornalismo aos media portugueses? Acho que o podemos dizer. Não o digo com maiúsculas, porque o conceito de "Novo Jornalismo" (New Journalism) aconselha alguma prudência no seu uso para descrever estes trabalhos. Não estamos perante peças literárias, nem no estilo nem na forma narrativa. Mas temos, certamente, uma nova forma de contar a vida política, de forma assaz impiedosa na sua faceta escondida, no seu "dark side" que alguns conhecem mas nela não se reconhecem, que outros não conhecem e agradecem.
Quem não deve ter agradecido foram os objectos da narrativa...
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