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Comunicação em tempos de Covid #2

por Alda Telles, em 24.03.20

Ainda no campo da "desconstrução" dos logotipos, a McDonald's Brasil fechou as salas dos seus restaurantes e separou simbolicamente os arcos amarelos da marca, para reforçar a importância do isolamento e distanciamento social. A imagem, concretizada pela DPZ&T, foi concebida para ser divulgada nas redes sociais. 

mcdonaldscoronavirus.jpg

 

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publicado às 18:45

 

Banca, jornalistas, comunicação e matemática podem não dar uma boa combinação.

O Novo Banco acaba de apresentar o novo logotipo, e dá-se ao trabalho de elaborar uma memória descritiva em que explica o lettering, o símbolo e as cores:

"O símbolo parte da reinterpretação das asas da borboleta que simbolizou na primeira campanha transformação e capacidade de renovação. Representado como uma potência matemática, traduz o elevar do compromisso da equipa Novo Banco ao desafio de voltar a ocupar a posição de liderança que o mercado sempre lhe reconheceu".

 

Ora, e qual é o título do Jornal de Negócios? 

 

 

 

Assim não há condições.

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publicado às 12:30

NOS por cá todos bem

por Alda Telles, em 20.05.14

 (Imagem: Dinheiro Vivo)

 

Já muito, e provavelmente quase tudo, foi dito sobre a nova marca NOS, resultante da fusão entre a Optimus e a ZON. Concordo com a generalidade das leituras que foram feitas, de forma mais ou menos espontânea, por leigos e profissionais. O arranque não foi feliz.

 

Uma marca é constituída por dois elementos, o nome e o logotipo. No caso, o nome NOS parece ser o mais problemático, por razões inerentes às dificuldades da língua portuguesa no que respeita à fonética e acentuação das palavras. Têm sido feitas muitas brincadeiras entre NOS e NÓS, algumas com piada. A prazo, este problema irá desaparecer. (Mais complicado parece ser o nome do putativo novo partido de extrema direita que se anuncia).

 

No que respeita ao logotipo, as associações a pratos do Continente, e até símbolos da concorrência, também irão passar com o tempo. De resto, numa análise formal, a nova marca respeita critérios fundamentais como a sua adequação ao sector de actividade (inócuo aqui), a simplicidade (diria mesmo básico), facilidade de identificação e memorização e versatilidade.

 

Há vários exemplos de marcas cujos lançamentos estão envoltos em polémica, por associação a ideias menos desejáveis, plágio aparente, inadequação a determinadas culturas, por exemplo. A médio prazo, os consumidores acabam por se habituar e incorporar a imagem. A marca vingará se cumprir a sua proposta de valor. Num período de crise, os consumidores dão mais valor ao produto que à marca. Melhores preços, bons pacotes, bom serviço, boa assistência, eis o que o infiel consumidor de comunicações procura. 

 

Dito isto, a nova marca arranca com algumas fragilidades:

- É uma marca nova que tem de se impor face a marcas concorrentes muito fortes como Meo ou Vodafone

- O aparente descuido da agência criativa (e do cliente) na pesquisa e identificação dos problemas referidos enfraquece a imagem corporativa

- Resulta de uma fusão, o que gera sentimentos de incerteza quanto à evolução do processo empresarial

- Nasce da morte de duas marcas fortes, gerando sentimentos de nostalgia ou até mesmo de traição junto dos antigos clientes

- Arranca numa altura em que acontecem dois consagrados festivais de música em que a marca Optimus estava enraizada, gerando confusão e alguma irritação por parte dos consumidores destes festivais.

 

A NOS vai precisar de uma forte campanha de relações públicas que ajude a construir a personalidade da marca que ainda não existe (a notoriedade já está garantida, mas não chega) e de um marketing comercial agressivo. Les jeux sont faits, boa sorte.

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publicado às 23:25

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