por Alda Telles, em 19.03.10
O arigo de hoje de João Adelino Faria no
Diário Económico constitui uma corajosa declaração de um profissional de comunicação sobre a ilusão da informação que diariamente nos entra porta (televisão) dentro.A propósito da Comissão de Ética no Parlamento, transmitida ao que parece com elevado share na AR TV e outros canais, JA Faria tece várias considerações sobre os efeitos nefastos dos directos televisivos. Como profissional experiente, ele sabe que "Muitas das convicções que algumas pessoas defendem e dizem acreditar antes do directo, passam, em segundos, a ter uma versão completamente diferente assim que começa a transmissão televisiva."Esta realidade anula a presunção da "verdade" que a televisão pretende mostrar (assistimos hoje a simples cidadãos a exibirem verdadeiras performances de actores, incluindo "remakes"...) e que molda, definitivamente, crenças e atitudes de toda uma população.José Adelino vai ainda mais longe quando, referindo-se concretamente à Comissão de Ética e duvidando da sua utilidade na busca da verdade, constata aquilo que é mais mortal para duas nobres profissões : assistir a "alguns deputados a fazer de jornalistas e jornalistas a comportarem-se como políticos".