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A menos de duas semanas do arranque do Mundial de Futebol, o Brasil, país anfitrião, vive um pesadelo de imagem-país.
As manifestações anti-Copa e os confrontos multiplicam-se, transformando o evento desportivo num alvo directo ao governo. Em torno de vários movimentos, incluindo índios e sem-abrigo, há mais de um ano que se espalham mensagens que repudiam o investimento em estádios e na organização de um dos mais complexos eventos mundiais em detrimento de investimento público em saúde, habitação e educação.
Aos protestos locais, que não parecem abrandar com a chegada do campeonato, somam-se artigos na imprensa mundial dando conta de aspectos negativos como os atrasos nas infraestruturas desportivas, dos preços proibitivos da hotelaria, da insegurança, da inconformidade dos aeroportos em relação ao "padrão-FIFA", e por aí fora. Em suma, um pesadelo para o governo e para a imagem-país, isto é, a percepção externa sobre as condições gerais do país.
Quando os locais, paises ou cidades, se candidatam a grandes eventos internacionais, o principal objectivo é mostrar de forma positiva esse local ao mundo, transmitir uma imagem de capacidade de organização, capacidade de bem receber e também vender o destino para turismo, para negócios, para talentos e para investimento estrangeiro. Esta Copa do Mundo 2014 não está, definitivamente, a cumprir esses objectivos.
Podemos dizer que, no final, será apenas futebol e a emoção partilhada por milhares de milhões através das televisões. Mas ficará a imagem de que o Brasil já não é o país da festa do futebol, mesmo que a selecção brasileira parta como favorita. Uma oportunidade perdida e dificilmente recuperável.
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