por Alda Telles, em 31.03.10
Esta semana o noticiário da noite da
SIC anunciava que no próximo dia 7 de Abril os Tokio Hotel dão um concerto em Lisboa. A notícia não era sobre o concerto propriamente dito, mas sim sobre o acampamento de jovens
fans que já está montado à porta do Pavilhão Atlântico. A reportagem era de dia 29 de Março, nove dias antes da data do espectáculo. São jovens, raparigas e rapazes com idades a partir dos 13 anos que se organizam em pequenos grupos para marcarem o melhor lugar à frente do palco, numa espécie de “corrida mais louca do mundo”. A sua organização vai ao pormenor de terem escalas, com horários rotativos para os almoços e jantares e para as idas a casa. Os mais sortudos vão ter almoço de Páscoa com a família.Num momento da história em que a igreja católica sofre vários revés, os cultos transferem-se para novos ídolos, massificados e globalizados, como os artistas e jogadores de futebol.Produto de uma gigantesca máquina de fazer dinheiro a partir da criação de um modelo universal que todos querem seguir, os ídolos da nova juventude não são mais do que imagens, travestidas de divindades, e verdadeiros objectos de culto do espectáculo.