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Foi hoje noticiado que a livraria Lello vai cobrar entradas aos quatro milhares de turistas que diariamente invadem o espaço, não para comprar livros mas para tirar fotografias (e imagino que milhares de selfies com as obras completas de Camilo em fundo).
Segundo o Observador, a ideia é cobrar 3 euros a cada turista, valor que será descontado se fizer uma compra.
Esta é uma ideia inteligente e, sobretudo, uma medida justa. Se um espaço é visitado como uma atracção turística, porque havemos de pagar 15 euros para visitar uma casa morta como La Pedrera e nao 3 para visitar uma das mais belas livrarias vivas do mundo?
Esta questão da Lello leva-me a um tema hoje muito discutido no comércio retalhista: o "showrooming". Cada vez mais pessoas praticam o chamado "mau" ROBO, isto é "Research Offline and Buy Online". O consumidor, que é inteligente, vai ver e experimentar produtos nas lojas e depois comprá-los em sites com melhores preços, como por exemplo na Amazon. As lojas físicas passam a ser meros showrooms, com atendimento personalizado e vendas nulas.
Muitas lojas nos Estados Unidos já cobram o chamado "fitting fee" para os clientes entrarem e experimentarem, sendo depois descontado se for feita a compra.
A livraria Lello pode estar a dar o primeiro passo numa tendência que vamos ver crescer.
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