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Estive a ver o filme da campanha da Selecção Nacional para o Euro 2016. As principais críticas que se lêem na página de facebook da Federação Portuguesa de Futebol são à canção do hino. É um facto que está longe de ser uma ode motivacional e aspiracional, para além de ser a reciclagem de uma antiga balada de Pedro Abrunhosa, mais propensa a momentos melancólicos que a fúrias de vencer.
Mas, se esta opção musical revela uma preguiça criativa, o slogan da campanha "Não somos 11, somos 11 milhões" é o erro colossal de ignorar 5 milhões de alvos, os emigrantes, porque dá jeito o trocadilho com 11-11 milhões. Chamo a isto preguiça atrevida.
Não foi preciso um deputado reagir (“Torna-se quase uma desconsideração esquecer que a nação portuguesa não é apenas composta pelos 10 milhões que habitam dentro das nossas fronteiras, é muito mais vasta e inclui os cinco milhões que estão espalhados pelo mundo.") para rapidamente se perceber que muitos adeptos da Selecção Nacional se sentiram esquecidos. Esta "desconsideração" preguiçosa é tanto mais imprudente quanto se sabe que os estádios do Euro vão encher nos jogos de Portugal com adeptos emigrantes.
Finalmente, um aspecto não menos relevante levantado por este blogue: não há diversidade racial nem sócio-económica nas personagens que encarnam os adeptos. De facto, temos um desfile de pessoas bonitas, urbanas, caucasianas e saudáveis que parecem terem sido aproveitadas de um casting ali ao lado para um anúncio de iogurte ou de telemóveis.
Será?
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