Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
O ministro grego Varoufakis viveu um pesadelo nas redes sociais ao aceder a posar para uma foto-reportagem na Paris-Match, hoje transformada numa newsmagazine cor-de-rosa para grandes personalidades.
Varoufakis cometeu o erro imperdoável de ceder, não a uma tentação, mas muito provavelmente ao conselho de um especialista em comunicação.
É hoje consensual que os políticos ganham, em geral, vantagem em revelar o seu lado humano, os seus interesses pessoais, o seu ambiente familiar, a sua actividade fora da política. Quem segue "Os Influentes", na RTP2, viu ambos os conselheiros dos candidatos presidenciais (de direita) sugerirem uma reportagem sobre a vida pessoal.
A diferença é que na série, por razões diferentes, os candidatos recusaram. E também, provavelmente, Simon Kapita não teria aconselhado Varoufakis a posar para a Paris Match. Varoufakis, ingenuamente, talvez tenha acreditado que a sua imagem de homem bem casado, amante da dieta mediterrânica e dos livros, daria a faceta humana - e mundana - que completaria a sua imagem de economista e político "radical". Quem lesse a entrevista, encontraria conteúdos interessantes sobre a sua forma de estar, sobre a sua visão do mundo. Mas, como é evidente, estas entrevistas não são para ser lidas.
Varoufakis cometeu um pecado mortal para qualquer político de esquerda, e não tem relação directa com a crise grega. Um político de esquerda, em qualquer parte do mundo, não pode ter gosto pela vida, não pode comer peixe grelhado, não pode beber vinho branco, não pode ter casa com vista.
E sobretudo, não pode ter uma mulher loira.
(Excerto de artigo do Expresso, aqui)
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.