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Este é um artigo extraordinário para os profissionais de comunicação. Um simples parágrafo está carregado de paradigmas do estado da comunicação.
Acompanhem-me:
- Marinho Pinto, recém-eleito deputado europeu, é contactado "sucessivamente" por quatro jornalistas, dos quais três, segundo ele, trabalhadores activos em orgãos de comunicação social portugueses
- O que querem os jornalistas? A primeira entrevista ao neófito deputado em Bruxelas? Não, querem "fazer" a comunicação do deputado em Lisboa.
- Razão? A "má imprensa" do personagem. Deduz-se que aqueles jornalistas iriam fazer "boa imprensa" pelas suas próprias penas ou conseguir "boa imprensa" de colegas seus jornalistas.
- Como reagiu Marinho? Recusando o trabalho de jornalistas para fazer a sua comunicação, alegando que os profissionais de comunicação (ele chama-lhes comunicadores) estão "ao serviço de interesses hostis aos valores éticos do jornalismo".
Podemos concluir que Marinho Pinto, ao não contratar jornalistas para "fazer" a sua comunicação, livrou os jornalistas de se tornarem comunicadores "ao serviço de interesses hostis aos valores éticos do jornalismo".
Isto em tudo se aparenta a um silogismo, mas de silogismos está o inferno cheio.
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