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Hoje era dia para o gestor da conta de Twitter da KLM ter ficado na cama.
Depois do México ter perdido no último minuto com a Holanda, a real transportadora neerlandesa achou por bem fazer uma piada de mau gosto. A reacção no twitter não deve ter sido a melhor, porque poucos minutos depois o tweet foi apagado.
A resposta da AeroMexico não se fez esperar. Com muita piada. O México ganhou em inteligência.
As marcas continuam a não saber prevenir erros crassos de relações públicas nas redes sociais quando toca a um tema tão sensível como o futebol. Já neste Mundial, a Media Markt alemã tinha cometido erro semelhante com a selecção portuguesa.
Quando marcas globais querem participar em grandes eventos internacionais, formação em diplomacia e bom senso exige-se.
Depois dos copos de vinho tinto da Crate & Barrel, é a vez das roupinhas da Olivia Pope passarem a ser acessíveis à comum das mortais. Meninas e senhoras das Public Relations, já não vos falta nada para serem verdadeiras gladiadoras.
Para quem não sabe do que estou a falar, escrevi há tempos sobre a série Scandal, a única que tem como protagonista uma profissional de comunicação, a famosa Olivia Pope.
Segundo o site filmspot, chega no outono a colecção de trapinhos inspirada nos usados por Olivia, uma verdadeira trend-setter. Diz o site que é a primeira vez que uma rede de lojas de roupa e uma série de televisão estabelecem uma parceria a este nível envolvendo a protagonista e a respetiva designer de moda. A notícia é boa porque as roupas vão estar disponíveis em Portugal e os preços não parecem ser exorbitantes.
Tendo em conta que o sector das PR é constituído em 70 a 80 por cento por mulheres, parece haver aqui mercado para uma verdadeira (e necessária) revolução na imagem das nossas profissionais de PR.
Entretanto, esperamos pela estreia da 4ª temporada, que há-de cá chegar apenas em 2015.
(Nota: a T-shirt que ilustra este post não faz parte da nova colecção da The Limited. É um dos poucos produtos de merchandising da abc tv store.)
(Nota 2: Obrigada ao gladiador Rodrigo Saraiva pelo alerta. Parece que os gladiadores vão ter de esperar)
Foi hoje anunciado um dos maiores despedimentos colectivos num grupo de media em Portugal. A Controlinveste Conteúdos, empresa detentora dos títulos DN, JN, TSF e O JOGO, entre outros, anunciou hoje um processo de redução de efetivos no total de 160 postos de trabalho
Mais um despedimento colectivo entre centenas de outros que vamos lendo nas notícias, dizem.
Não é bem assim. Cada notícia destas que um jornalista escreve, é uma "mise en abyme". É escrever sobre a sua própria morte, é fazer a crónica de uma morte lenta anunciada há muito.
Não, este post não é sobre a campanha para as últimas eleições europeias. Este post é sobre fenómenos sociais e sobre empresas/ profissionais que querem agarrar a onda desses mesmos fenómenos para obter maior exposição da sua marca e vender mais (ou aumentar notoriedade ou outro qualquer objetivo).
Há uma coisa que importa a reter: não se deve tentar capitalizar uma dada tendência se não a compreendermos. Isto parece-me óbvio e acho que é relativamente fácil de interiorizar. Dito isto, vamos à estória.
Há dias vi ser partilhada no Twitter a página de um curso de formação cujo objetivo era o de ensinar os seus participantes a gerir uma marca pessoal nas redes sociais (abro um parêntesis para mencionar que uma das minhas atividades profissionais é a gestão de um projeto empresarial na área da formação, pelo que vou intencionalmente abster-me de mencionar nomes de empresa, pessoas ou marcas). Até aqui tudo bem, todos nós sabemos a importância da internet e das suas ferramentas para o nosso marketing pessoal e para a gestão da nossa carreira, é por isso natural que surjam projetos com o objetivo de dar competências às pessoas neste domínio.
O que não está tudo bem é o que escrevo já de seguida. Além de ser muito curioso, tenho particular apreço quer pela formação quer pelo marketing, pelo que assim que me aparece um link destes à minha frente é click garantido. E lá fui eu ver a descrição do curso. Tudo ia razoavelmente bem – falava de conteúdos, de imagem, das várias ferramentas, etc - até que chego a esta parte: “Como fazer a sua melhor selfie”, com as dicas para tirar as melhores fotos com o smartphone. E aqui começou a entornar o caldo.
Uma selfie é uma fotografia tirada por uma pessoa a si própria, sozinha ou com mais pessoas, geralmente partilhada nas redes sociais, com o Instagram e o Facebook à cabeça, e que tem sido um fenómeno comportamental que cresceu exponencialmente. E cresceu porque geralmente as pessoas têm usado as selfies para se mostrarem num dado sítio, a viver uma dada experiência ou até só se mostrarem a si próprias (a selfie é também uma demonstração de algum narcisismo em alguns casos).Ou seja, a selfie não é mais do que a partilha de uma vivência de um dado momento com as pessoas que a seguem nas redes sociais que usa. E é aqui que o tal curso falha na compreensão do fenómeno. Uma selfie, na perspetiva de quem a tira e partilha é um momento, e os momentos não têm técnicas, enquadramentos, dicas, não precisam de se transformar na “melhor selfie” nem precisam de ser ensinados.
Ter uma boa coleção de selfies é importante para a marca pessoal? Talvez. Pode ser em alguns casos específicos. Jamais o será, contudo, se perder o seu essencial – a espontaneidade. E será uma onda como outra qualquer – provavelmente daqui a meia dúzia de meses já não será “cool” tirar selfies e o fenómeno será outro qualquer.
E aqui reside a questão, enquanto umas empresas tentam utilizar as redes sociais para comunicar e interagir de uma forma que não fazem no “mundo real”, outras tentam ensinar as pessoas a estar presentes nas redes sociais com benefícios na sua carreira profissional. E muitas falham. E falham porque não entendem que as pessoas é que ditam como querem interagir e quando querem interagir. E falham porque não entendem que a espontaneidade e a liberdade de expressão que as pessoas sentem nas redes sociais não se ensaia, não se ensina e não se compadece com artificialidades.
E nós, utilizadores das redes sociais, se não percebermos que ganhamos muito mais em sermos nós próprios, muito provavelmente prejudicaremos mais a nossa marca pessoal do que a beneficiaremos.
PS: Só mais uma coisa, se pretendem ensinar alguém a usar uma rede social como o Twitter, por exemplo (pretensão que não tenho), não tenham tweets protegidos ;-) .
*Director geral da Sparkle Business Ignition, Mestre em Marketing
Fotografia de Hugo Amaral, Observador
Esta semana, o Observador publica duas narrativas sobre as campanhas para as eleições europeias: Gonçalo Bordalo Pinheiro revela os bastidores da campanha de Francisco Assis e Miguel Pinheiro acompanhou a campanha de Paulo Rangel.
Chamo-lhes narrativas porque não são artigos, não são reportagens, não são histórias. São uma nova forma de relato jornalístico, em que a informação se mescla com interpretação (diria até que alguma imaginação), uma postura mais subjetiva e quase que íntima perante os políticos e as máquinas partidárias e, sobretudo, muitos detalhes "picantes" e eventualmente incómodos para os retratados. É como se estivéssemos a seguir o jornalista através da sua câmara oculta, partilhando segredos e as petites histoires de uma campanha. Um deleite para o leitor voyeur que há em todos nós.
Podemos dizer que, com estas duas peças, o Observador trouxe um novo jornalismo aos media portugueses? Acho que o podemos dizer. Não o digo com maiúsculas, porque o conceito de "Novo Jornalismo" (New Journalism) aconselha alguma prudência no seu uso para descrever estes trabalhos. Não estamos perante peças literárias, nem no estilo nem na forma narrativa. Mas temos, certamente, uma nova forma de contar a vida política, de forma assaz impiedosa na sua faceta escondida, no seu "dark side" que alguns conhecem mas nela não se reconhecem, que outros não conhecem e agradecem.
Quem não deve ter agradecido foram os objectos da narrativa...
Deixo-vos aqui um interessante video sobre uma das mais famosas fontes tipográficas do século XX, o Times New Roman.
Foi criado em 1931 para o jornal britânico The Times e sobreviveu até 2006, ano em que foi substituído pelo Times Modern.
Mas ainda tem muitos admiradores, como provam os testemunhos neste filme. Há um argumento que considero imbatível: "Times New Roman was designed for readers not designers". Uma máxima que todos os designers de comunicação deviam pendurar na parede.
Fica aqui o link para o video: http://www.thetimes.co.uk/unquiet/#times-new-roman
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