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LIVRE é o nome do novo partido de esquerda lançado hoje por Rui Tavares. Já tem site e logotipo.
Devo confessar que o logotipo me sobressaltou pois sou traumatizada por papoilas saltitantes. Mas, ultrapassado este condicionamento clubístico, percebi que não é só isso que me incomoda no símbolo do novo partido.
Vamos por partes, que é como se deve analisar um logotipo (ou logomarca):
1. O lettering: moderno, aparentemente desenhado propositadamente para este fim
2. O símbolo: uma papoila. Os significados geralmente atribuídos à papoila são : falsa paixão, sonho, extravagância, fertilidade e ressurreição.
3. A caixa: verde.
Não deixa de ser curioso o logotipo de um partido chamado Livre estar cerceado por uma caixa. Não deixa de ser curioso que um partido que preza a acção, a participação política dos cidadãos use como símbolo uma planta intimamente ligada ao ópio, ao adormecimento.
Os logotipos e os símbolos das marcas e organizações são a sua representação gráfica e visual e são alvo de interpretações, reacções, leituras, associações. Quer de forma profissional quer de forma puramente emocional pelo cliente ou potencial cliente. A sua importância é tal que, sempre que é lançada ou redesenhada uma logomarca, as organizações tratam de a explicar. A origem, o processo criativo, a simbologia associada à missão, etc.
Seria interessante ter acesso à memória descritiva da imagem escolhida por este novo partido.
Adenda: foi notado, e bem, por amigos no Facebook que a papoila também é símbolo, nos países da Commonwealth, do Remembrance Day ou Poppy Day. E que terá inspirado, segundo me diz o José Diogo Madeira, a candidatura de Fernando Nobre. Isto dos logotipos devia vir sempre com o aviso "qualquer semelhança com outros símbolos é pura coincidência".
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