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Anatomia de uma crise: o caso Ensitel

por Alda Telles, em 31.12.10
A fechar um ano de grandes (r)evoluções na área da comunicação e das Public Relations, o caso Ensitel trouxe muito food for thought. Que ainda vai alimentar muito artigo em 2011.Para quem não leu, deixo aqui o meu pequeno texto de opinião na Briefing.Boas entradas aos nossos leitores, para o ano cá estaremos. Com boas novidades.

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publicado às 15:05

Previsões para os media em 2011

por Alda Telles, em 23.12.10
António Quintas e Alexandre Gamela convidaram personalidades dos media para partilharem, num mesmo post, as suas previsões para o sector em 2011. Por alguma razão, também me quiseram ouvir. Não sendo especialista em media, apenas consumidora intensiva e observadora atenta, também lá deixei uns palpites.Previsões de Paulo Querido, António Granado, Alexandre Pais, Rodrigo Saraiva, Manuel Falcão, Paul Bradshaw e Mark Luckie, aqui.O meu desafio/pergunta sobre a criação de um jornal nacional pensado exclusivamente para iPad (à semelhança do Daily iPaper do Murdoch) gerou alguma discordância no Twitter por parte de Paulo Querido e Alexandre Pais, com a argumentação de que não há mercado (possuidores de tablets suficientes). Pois ainda não há, mas Portugal é tradicionalmente um país de early-adopters de gadgets tecnológicos, por isso quem for pioneiro arrisca-se a ganhar bom dinheiro num futuro não tão longínquo. Mas são só palpites.

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publicado às 09:00

Convidado: Joaquim Martins LampreiaO sociólogo William Thomas formulou em 1928 um conceito que ficou conhecido como o teorema de Thomas, e a actual falta de açúcar no nosso mercado constitui um exemplo bem ilustrativo da aplicação deste teorema, que basicamente pode ser enunciado da seguinte forma:“ Aquilo que as pessoas assumirem como verdadeiro, mesmo não o sendo, tem consequências verdadeiras”.Dava como exemplo o sistema bancário, em que todos nós assumimos que quando depositamos o nosso dinheiro num banco, esse dinheiro estará lá à nossa disposição, podendo nós levantá-lo sempre que quisermos. Mas na realidade, o nosso dinheiro, como bem sabemos, não fica parado no banco, que vai reutilizá-lo para empréstimos e transacções financeiras diversas.E se um dia, todos os clientes desse banco se lembrassem de levantar os seus depósitos ao mesmo tempo, estariam perante um imenso problema, pois o banco não teria lá o seu dinheiro.Todos nós sabemos isso, e no entanto, todos assumimos que o dinheiro está sempre lá, à nossa disposição, mesmo não sendo essa a realidade.E é essa assumpção colectiva que permite que o nosso sistema bancário e financeiro funcione em pleno.Encontraremos muitos exemplos semelhantes, desde as situações mais banais que ocorrem no nosso dia a dia, (e de que a maior parte das vezes nem damos por elas), até situações bem mais complexas relacionadas com todo um sector de actividade ou mesmo na esfera politica.Em comunicação, o teorema de Thomas é aplicado com muito mais frequência do que se pode supor, tanto através da publicidade, como das Relação Publicas, em Gestão de Crise, em Comunicação Politica ou no Lóbi. O que é normal, considerando que a comunicação é a base de sustentação deste conceito. Sem comunicação entre várias partes envolvidas, o teorema de Thomas não teria razão de existir, nem nunca poderia ser aplicado.Compreende-se assim o importante papel que os Mass Media podem desempenhar em todo este processo.E não posso deixar de aproveitar a última situação vivida em Portugal com a escassez de açúcar, para ilustrar esta ideia.O facto de haver temporariamente menos açúcar no mercado, não constitui de per se um problema de maior, nem leva a esgotar prateleiras de supermercados. Como aliás acontece ciclicamente de forma idêntica com outros produtos, alimentares ou não, e em que a situação não chega sequer a ser percebida pela maioria dos consumidores.No caso vertente, foi por alguns órgãos de informação se terem referido à situação com algum alarmismo (ignoro se o fizeram espontaneamente ou se a isso foram induzidos) que gerou a preocupação colectiva do açúcar poder acabar.A partir do momento em que as pessoas assumiram que o açúcar ia faltar por completo (mesmo não sendo essa a realidade) é que se gerou uma onda de pânico, levando a um açambarcamento do produto, e que teve como desfecho a falta (real) de açúcar nas prateleiras das mercearias e supermercados.A assumpção generalizada (e errada) de que o açúcar ia faltar, teve como consequência real a total falta do produto no mercado.É fácil imaginar um cenário totalmente diferente, se os Media não tivessem referido o caso, muito provavelmente a opinião pública nem se teria apercebido da situação e a escassez temporária do produto certamente nem se teria feito sentir.A terminar, chamo a atenção para o facto da aplicação desajustada do Teorema de Thomas em qualquer das áreas da Comunicação poder revelar-se um pau de dois bicos, e ter efeitos perversos e totalmente opostos aos desejados.Viu-se essa tentativa recentemente em Comunicação Politica, quando um governante afirmou que a economia estava a recuperar, com todos os incómodos que essa declaração causou ao governo...J. Martins LampreiaConsultor/Lobista 

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publicado às 11:48

Ainda Avellar Soeiro

por Alda Telles, em 10.12.10
Estamos sempre a aprender, Rodrigo, de facto.Descobri, através da sua crónica de hoje no Jornal de Negócios, que Baptista-Bastos trabalhou com Avellar Soeiro no LNEC :
Falecimento de um homem de bemCom 92 anos e uma vida rodeada de respeito e de honra, faleceu, há dias, Avellar Soeiro, o primeiro ‘public relations’ português, que conferiu à profissão os galões de dignidade e de prestígio de que a profissão necessitava. Nos anos de 60, estando ele no Laboratório Nacional de Engenharia Civil, onde desempenhou nobilitantes tarefas, convidou-me e ao Daniel Filipe, a organizar um gabinete de Imprensa, que promovesse as Primeiras Jornadas Luso-Brasileiras de Engenharia Civil. O Daniel e eu estávamos em situação económica dificílima, acrescida, no meu caso, de me ter envolvido em acções políticas directas. Avellar Soeiro conhecia o caso. E contratou-nos. Devo dizer que o nosso trabalho, apoiado e estimulado por Avellar, constituiu um êxito muito grande. No decorrer dos anos via-o, ocasionalmente, nas Portas de Santo Antão, e trocávamos as palavras que a nossa amizade e a cordialidade que nos era própria exigiam e explicavam. Sentia, sempre e sempre, uma grande emoção ao vê-lo e ao conversá-lo. Monárquico, culto, elegantíssimo de trato, também eu pressentia nele a estima com que me dignificava. Sem nunca fazer referência às minhas convicções e, naturalmente, nem eu às dele, recordávamos a amizade nascida em circunstâncias tão estranhas quanto adversas. Recordo, com emoção e orgulho, o homem de bem, o português exemplarmente raro e o querido amigo que perdi.
Está, definitivamente, por escrever, a história das Public Relations em Portugal.

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publicado às 21:10

O primeiro Código de Lisboa

por Alda Telles, em 03.12.10
 Soube pelo Martins Lampreia, no Twitter, que morreu no dia 30 de novembro Domingos Avellar Soeiro, considerado o pioneiro das relações públicas em Portugal. Perdão, o primeiro Public Relations. Até ao final da sua vida, não aceitou a tradução da expressão anglo-saxónica, considerando-a "facilitista", e relembrava que outros vocábulos se mantiveram no original, como "marketing" ou "franchising".E foi de facto com a função de "Public Relations" no LNEC que iniciou a sua carreira na área. Aconteceu por acaso, ao descobrir o anúncio acima reproduzido no Diário de Notícias de 31 de Novembro de 1959 (curiosamente, há quase exactamente 60 anos).Reza a lenda que o LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil) foi a primeira organização portuguesa a contratar um Public Relations e a apostar na transparência e abertura da instituição aos media e à sociedade. Tudo graças à visão do seu director à época, Engº Manuel Rocha.Depois de três décadas no LNEC, Avellar Soeiro foi, nos anos 90, director do gabinete de PR do Centro Cultural de Belém.Foi ainda fundador de duas empresas de consultoria, a "Ponte Internacional Lda"e a "PRIL - Public Relations International Ltd", que não sobreviveriam ao ano quente de 1975.Distinguiu-se também no associativismo. Foi fundador da extinta SOPREP (Sociedade Portuguesa de Relações Públicas) em 1968, que adoptou em 1970 o primeiro código de ética da profissão, conhecido como o Código de Atenas.Lutou, desde 1971 até à sua morte, pelo reconhecimento oficial da profissão em Portugal. Processo sucessivamente protelado ao longo de vários governos... até ao actual.Foi também pioneiro da expressão "Código de Lisboa". Sim, antes do recente código aprovado pela ONU, Avellar Soeiro conseguiu que a CERP (Confederação Europeia das Relações Públicas) aprovasse em 1978, na capital portuguesa, o Código de Conduta Europeu da Profissão de RP.Premonitoriamente (?), Rogério Ferreira de Andrade, professor da cadeira de RP da licenciatura em Ciências da Comunicação da UNL, publica aqui a, suponho que última, entrevista a Avellar Soeiro. E deixa a seguinte reflexão: 50 anos depois, o estatuto da profissão não parece ter mudado muito. No entanto, continua a atrair milhares de jovens.Eu diria que tem que evoluir. O Código de Conduta da APCE é o primeiro passo para o processo de acreditação da profissão. Temos de trabalhar, a sério, neste projecto.

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publicado às 11:56

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