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A velhice é a coisa mais surpreendente que pode acontecer a uma pessoa (Trotsky)
Cultivadora compulsiva de quinquilharia, memorabilia, revistas e jornais já desaparecidos, postais e anúncios pintados por artistas, sempre me achei pertencente a um "nicho", tão pequeno que raramente encontro quem se extasie comigo perante uma edição antiga do Século Ilustrado ou o folheto da "Mary Poppins" do cinema Europa.Duvido que isto faça de mim uma saudosista, porque esta mania vem desde os meus sete ou oito anos, quando esgravatava nas colecções antigas do meu pai. Creio antes que vem do fascínio e curiosidade pela representação da realidade em diferentes tempos, talvez a nostalgia de alguma candura, mas também, e ao fim ao cabo, a busca de cheiros e cores que o nosso tempo não nos dá.Eis que, de forma muito evidente, o culto das peças e da estética vintage (os brasileiros preferem a palavra Retrô) se está a tornar mainstream. Jornais e televisões recuperam anúncios antigos e fazem deles matérias autónomas, blogues, perfis de twitter e Facebook, como o imperdível Reclames do Estadão, uma iniciativa do "Estado de São Paulo" (que bem poderia ser recuperada pelo "Diário de Notícias").Bom, isto parece apenas  a exploração de um filão, um pequeno alargamento do nicho.Mas esta "reciclagem" do passado foi mais longe com a campanha "Como seriam os anúncios do Facebook, Twitter e Skype nos anos 60?", uma brilhante criação acabada de lançar pela agência brasileira Moma de São Paulo para o MaxiMídia, o maior evento de Comunicação e Marketing da América Latina. Nesta campanha, podemos ver-nos como veríamos os anúncios antigos do Estadão, deslumbrados mas felizes e cândidos perante o progresso que nos avassala.E porque é que esta campanha está a gerar um êxito brutal nas redes sociais e nos blogs de tecnologia e comunicação?  Porque é surpreendente, porque nos dá a dimensão vintage do nosso presente, porque nos acalma em relação ao que por vezes sentimos como a voragem dos tempos.Depois, foi também o primeiro Vintage Computing Festival em Inglaterra, onde as velhas máquinas são admiradas e onde alguém  recupera o Spectrum e põe-lhe o Twiiter lá dentro. O tempo encapsulado dentro do tempo.E os casos vão-se multiplicando. Estaremos a recuperar apenas a estética vintage-retrô, é só uma moda, ou estamos a tomar consciência de que a turbulenta evolução tecnológica nos está a levar, a cada dia que passa, a ter saudades do futuro?

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publicado às 22:45

Uma história com 27 mil dias

por Alda Telles, em 04.08.10
Comemoram-se em 2010 os 75 anos da Rádio em Portugal. No dia 1 de Agosto de 1935 nascia a Emissora Nacional de Radiodifusão, marcando o inicio da profissionalização da Rádio.Integrando diversas iniciativas promovidas ao longo do ano sob a égide do 75.º Aniversário da Rádio em Portugal, a Antena 1 assinala hoje este aniversário com uma emissão especial que promete revisitar, com o contributo de convidados de diversas áreas, as memórias da rádio pública nacional.Com olhos postos no futuro,  damos os parabéns à Rádio, a todas as rádios e aos seus profissionais que diariamente dão voz a este meio que faz, desde sempre, parte das nossas vidas.

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publicado às 11:24

Notável jornalista e comentador, Mário Bettencourt Resendes desempenhou com a mesma alma e amor à ética do jornalismo a sua função de Provedor dos Leitores do Diário de Notícias.Teve a delicadeza de tratar um tema que levantei no seguimento de uma peça no DN sobre cartas anónimas no INEM. Não tendo qualquer interesse, directo ou indirecto no INEM ou no ministério da Saúde, a abordagem feita pela Lusa e pelo DN suscitou-me inquietas questões de deontologia.Acabou por ser um exercício de reflexão para o jornal e para a própria Lusa, conduzido com a finura, sensibilidade e elegância que caracterizou este grande profissional.Em nome dos que amam a liberdade e o jornalismo sério, obrigada Mário Bettencourt Resendes.

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publicado às 10:54

Ghost Writers precisa-se

por Alda Telles, em 01.08.10
Sim, o título é uma inspiração da última fita (cinematograficamente falando) de Polanski - que já agora recomendo. O tema é mais caseiro e resulta de um filme muito mau a que se está a assistir nas comunicações oficiais do governo.A análise não é exaustiva nem pretende generalizar. Mas é um sinal de alerta para a necessidade urgente de se recrutar escritores, revisores, chamem-lhe o que quiserem - mas gente que saiba e ame a língua portuguesa.No espaço de uma semana, defronto-me com um texto (numa resposta à Assembleia da República) do Gabinete do Ministro das Obras Públicas e com uma "nota" do ministério da Cultura a propósito da morte do actor António Feio.O primeiro contém um erro por demais, infelizmente, repetido: "Concelho de Administração". Sem comentários.O segundo, conforme comentou o jornalista Alexandre Pais, parece uma redacção da antiga quarta classe (provavelmente não ao nível de um actual 4º ano). Vá lá, ao nível de um pré-adolescente.Tamanha indigência e primarismo não são admissíveis em textos governamentais. Poupem no papel higiénico, nos assessores jurídicos, nas plantas ornamentais, mas, por favor, contratem quem sabe escrever.Porque quem não sabe escrever não sabe pensar.

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publicado às 15:17

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