por Alda Telles, em 07.03.10
Nos dois últimos dias, a consultoria/assessoria de comunicação surgiu, independentemente das conotações que lhe quiseram emprestar, como uma função influente na vida pública.Foi primeiro, na sexta-feira, o enigmático caso dos assessores de Rangel que teriam sido "despedidos" - embora sejam desconhecidos.Já
aqui tínhamos abordado o tema, em reacção a um post de João Villalobos. Salvador da Cunha também o
comentou, sensivelmente na mesma linha e referindo-se mais tarde a Pacheco Pereira. Li entretanto que os "assessores" seriam dois jovens eurodeputados. Não é muito importante quem seja, para aquilo que me interessa enquanto profissional do sector. O que interessa é que é atribuída relevância, para o bom e para o mau, do conselho em comunicação. Embora fosse muito bom, para o PSD e a democracia, que esses consultores ou assessores não tivessem a face oculta (sobretudo depois de terem sido trazidos à praça pública pela candidatura).Ontem, o Expresso fez manchete com "Governo contrata agência de comunicação", infelizmente de forma tendenciosa como se de mais um "escândalo" público se tratasse. Quem ler o artigo completo, percebe que é prática corrente hoje em dia os governos
de todo o mundo recorrerem a serviços especializados de gestão da imagem e opinião pública, para além de transparentes acções de lobbying. Uma medida inteligente, portanto, como diz
Salvador. Refira-se também que a agência internacional contratada está voluntariamente listada no PE.Uma coisa é certa: ninguém pode ser indiferente ao papel da consultoria de comunicação e quanto mais transparente ela for, melhor para a democracia.