por Alda Telles, em 03.03.10
[caption id="attachment_78" align="alignleft" width="300" caption="Foto retirada do DN online"]

[/caption]O debate ontem à noite entre dois candidatos à presidência do PSD foi revelador de como a comunicação é uma ciência complexa e de como hoje uma figura pública tem de saber navegar em várias águas.Paulo Rangel, que desceu à terra com a aura do "tribuno implacável" teve o mais duro embate até agora da sua curta vida política num meio e num formato bem distintos da redoma parlamentar. A televisão é implacável na imagem e o debate face-a-face exige capacidades de riposta, "bridging" e "fair-play" que Rangel claramente não domina.Passos Coelho demonstrou que a longa "rodagem", e certamente muito treino em "media delivery" são tão ou mais importantes que a mensagem. Coelho tem ainda uma evidente vantagem em termos de imagem (embora a extrema finura dos lábios lhe empreste um ar sempre contrito) e beneficia de incontestáveis dotes de timbre e colocação de voz.Mas, como disse Ricardo Costa, o que parece ser evidente em termos de opinião pública em geral (parece incontestável que Passos Coelho venceu o debate) é pouco relevante em termos dos resultados das directas. Aí, as qualidades de oratória e o discurso provocador poderão conquistar uma plateia que, à míngua de poder há tantos anos, decida apostar na truculência atrevida de Rangel. Porque na comunicação interna, o populismo também tem os seus resultados.