por Alda Telles, em 01.08.10
Sim, o título é uma inspiração da última fita (cinematograficamente falando) de Polanski - que já agora recomendo. O tema é mais caseiro e resulta de um filme muito mau a que se está a assistir nas comunicações oficiais do governo.A análise não é exaustiva nem pretende generalizar. Mas é um sinal de alerta para a necessidade urgente de se recrutar escritores, revisores, chamem-lhe o que quiserem - mas gente que saiba e ame a língua portuguesa.No espaço de uma semana, defronto-me com um texto (
numa resposta à Assembleia da República) do Gabinete do Ministro das Obras Públicas e com uma
"nota" do ministério da Cultura a propósito da morte do actor António Feio.O primeiro contém um erro por demais, infelizmente, repetido: "Concelho de Administração". Sem comentários.O segundo, conforme comentou o jornalista Alexandre Pais, parece uma redacção da antiga quarta classe (provavelmente não ao nível de um actual 4º ano). Vá lá, ao nível de um pré-adolescente.Tamanha indigência e primarismo não são admissíveis em textos governamentais. Poupem no papel higiénico, nos assessores jurídicos, nas plantas ornamentais, mas, por favor, contratem quem sabe escrever.Porque quem não sabe escrever não sabe pensar.