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A brigada do meme

por Alda Telles, em 06.11.14

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Tão certinho como o aumento de impostos, a exibição de uma folha A4 branca proporcionou mais um suculento episódio de memes, desta vez com o ministro da Economia.

Tudo começou com uma fotografia publicada nas plataformas online do Diário Económico.

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 Logo surgiu o serviço comunitário para preparar o terreno.

piresdelima.jpg

E em menos de quatro horas, o ministro teve direito a hashtag #piresdelima no twitter e a arquivo no tumblr.

Dezenas de imagens começaram a pulular nas redes sociais. E eu já tinha avisado sobre isto em maio passado, senhor ministro.

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publicado às 23:29

A desculpa não-desculpa

por Alda Telles, em 19.09.14

É uma técnica conhecida e usada em comunicação política e relações públicas. A desculpa não-desculpa serve, contrariamente à maioria das expectativas, para obviar a admissão de culpa ou responsabilidade de quem a pede. 

Quando o país se entusiasmou com dois dias seguidos de pedidos de desculpa por dois governantes, confrontou-se na realidade não com uma nova forma de fazer política, como alguns disseram, mas com uma nova forma de fazer comunicação política.

Esta forma pode ser nova em Portugal, mas está há muito identificada nos países anglo-saxónicos- Até lhe chamam o "classical Washington construct". Pede-se desculpa por erros cometidos por alguém e promete-se apurar responsabilidades.  É a forma passiva-evasiva de reconhecer um erro e ao mesmo tempo afastar qualquer responsabilidade pessoal.

Este construto da desculpa não-desculpa é muito útil quando não há realmente nada a fazer para compensar o erro ou evitar a sua persistência ou repetição.

 

Façam aqui a verificação:

 

 

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publicado às 15:00

Casual Friday Regabofe

por Alda Telles, em 09.05.14

(Imagem retirada do twitter de @carlotaburnay)

 

As redes sociais têm o condão de propagar uma coisa chamada "memes". Um meme é um conceito, um filme, uma hashtag ou uma imagem que se torna um ícone-base para as mais diversas mensagens e situações, reconhecidas imediatamente pelos internautas e rapidamente propagadas.

A imagem de Michelle Obama a segurar num cartaz com a mensagem "#Bring back our girls" correu mundo. O líder do PS decidiu juntar-se à causa. Mas aquilo que à primeira vista era uma boa iniciativa de Relações Públicas rapidamente se tornou um "meme" incontrolável.

 

Da imagem inicial às mais diversas versões, já existe um arquivo no Tumblr, com o nome #selfieSeguro que não pára de crescer. Ninguém está livre de um caso destes, mas a nota para todos os assessores de imagem é clara: não usar imagens com espaços em branco ao alcance da criatividade dos internautas. 

 

Do original

 

 

A dezenas de réplicas

 

   

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publicado às 15:11

Relações Públicas: Brasil 100 - Portugal 55

por Alda Telles, em 30.01.14

 

Iniciam-se hoje as comemorações do Centenário de Relações Públicas no Brasil.

 

Segundo a Wikipédia, o primeiro Departamento de Relações Públicas, com essa denominação, foi criado no Brasil em 30 de janeiro de 1914. Pertencia à "Light" (The Light and Power Co. Ltda.), companhia canadiana estabelecida no Brasil e concessionária da iluminação pública e do transporte colectivo da cidade de São Paulo. A direcção desse Departamento de Relações Públicas foi entregue a um engenheiro (sim, engenheiro) Eduardo Pinheiro Lobo. A Lei nº 7.197, de 14 junho de 1984, concedeu-lhe o título de pioneiro das Relações Públicas no Brasil, e estabeleceu o aniversário de seu nascimento, dia 2 de dezembro, como o Dia Nacional das Relações Públicas.

 

Em Portugal, reza a lenda que o LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil) foi a primeira organização portuguesa a contratar um Public Relations, muito mais tarde, em 1957. Há três anos fiz um post sobre esse facto por ocasião da morte do seu protagonista, Avellar Soeiro, considerado o pioneiro português das Public Relations.

 

O atraso de Portugal em relação ao Brasil, que presumo ter explicação na sociedade fechada do regime, na ausência de influência de multinacionais e em particular das correntes americanas da "publicity", continuou até ao reconhecimento da profissão, o que em Portugal ainda não aconteceu.

 

No Brasil,  a profissão é regulamentada desde 1967/68 e deu origem a um sistema designado CONFERP, formado pelo Conselho Federal e pelos Conselhos Regionais de Relações Públicas. Está definido que apenas podem exercer a profissão no Brasil os indivíduos formados num curso superior de Relações Públicas (ou equivalente no exterior, com o diploma devidamente reconhecido no Brasil) e que estejam registados no seu respectivo Conselho Regional.

 

Em Portugal, existe uma associação, a APCE - Associação Portuguesa de Comunicação de Empresa que lançou a primeira pedra nesse caminho para a acreditação da profissão em Portugal, ao aprovar o Código de Conduta do Gestor de Comunicação organizacional e Relações Públicas.

 

Sei que o Sistema Conferp e o Observatório de Comunicação Institucional vão desenvolver diversas iniciativas no âmbito deste centenário. Que também coincide com uma reformulação dos currículos dos cursos de RP, até agora pautados por uma grande promiscuidade entre jornalismo e comunicação empresarial.

 

Podemos ir seguindo através desta página no Facebook e no site do Observatório.

 

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publicado às 08:40

Relações Públicas e Taxistas, a mesma luta*

por Alda Telles, em 09.01.14

  

 

Uma empresa americana de listagem de empregos online, a CareerCast, fez a lista das dez profissões mais stressantes em 2013. A Forbes fez um artigo sobre essa lista. Embora reflicta a realidade dos Estados Unidos, o ranking parece-me bastante plausível em qualquer geografia.

 

A CareerCast considerou as 200 profissões da sua base de dados e analisou onze requisitos profissionais que provocam mais stress, incluindo viagens, potencial de evolução, competitividade, exigência física, condições ambientais e risco de vida própria ou para os outros.

 

O Executivo de Relações Públicas surge a meio da tabela, logo a seguir ao Coordenador de Eventos (função que muitos RP acumulam também). Os jornalistas - mais concretamente, os repórteres de jornais, estão menos sujeitos ao stress e estão num confortável 8º lugar. Os taxistas, que parece que vão explodir a qualquer momento, estão no fim da tabela.

 

Ou seja, antes de nós, só mesmo militares e bombeiros. Para quem ainda está a decidir que carreira escolher, caso esteja a pensar em Relações Públicas ou Jornalismo, recomenda-se que faça primeiro um stress-test.

 

Fica aqui a lista completa:

1. Miltares alistados

2. General militar

3. Bombeiro

4. Piloto aéreo

5. Coordenador de Eventos

6. Exceutivo de Relações Públicas

7. Executivo senior de Empresa

8. Repórter de jornal

9. Polícia

10. Taxista

 

 

*post dedicado ao meu colega Rui Calafate

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publicado às 08:30

Relações Públicas? Assim-Assim

por Alda Telles, em 13.11.13

 

 

Martin Sorrell, patrão do grupo WPP, falou ontem no PR Summit em Miami, sobre o estado da indústria de relações públicas. Os resultados na sua companhia não têm sido entusiasmantes e as expectativas de recuperação remetem demasiado para o médio e longo prazo.

 

A partir de uma linha de tweets, segui ontem à noite em tempo real as suas principais declarações:

 

 

Sorrell acredita que a "descolagem" das RP acontecerá quando for totalmente integrada no marketing mix. Quanto mais integradas as campanhas forem, maior será a voz das RP. Concordo absolutamente. Hoje a maioria dos orçamentos para RP de uma campanha são "aquilo que sobra" depois de todo o resto ter sido aplicado nas outras disciplinas do marketing e da comunicação. Normalmente sobra pouco.

 

Para o futuro, e como grande oportunidade para as RP, Sorrell vê a Responsabilidade Social Empresarial (CSR), actualmente em forte desinvestimento pelas empresas. Desde que se esteja no negócio no longo prazo, explica Sorrell. Como no longo prazo estamos todos finados, não fiquei entusiasmada.

 

Entretanto descobri um resumo da apresentação pode ser lido aqui.

 

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publicado às 08:50

A "ordem" dos profissionais de comunicação

por Alda Telles, em 13.01.11
Corre um interessante debate na blogoesfera, iniciado por Ângela Guedes, sobre a visibilidade dos assessores e consultores de comunicação. Concordo com praticamente tudo o que tem sido dito sobre esta matéria, pelo Luís Paixão Martins, Luís Spencer Freitas e neste post do semiose.net.Mas Carlos José Teixeira, nesse mesmo post, discorre para um outro tema que também é recorrentemente abordado, a necessidade da criação de uma "Ordem de Assessores de Comunicação".Recorro-me desta passagem:
Sendo a actividade [dos assessores], como digo, influenciadora do comportamento social, creio que deveria ser regulamentada por um código deontológico que, para além dos direitos e deveres dos associados de uma ou outra agremiação, deveria também apontar medidas de punição dos desvarios, contrariamente ao que (não) existe no de Lisboa e, de certa forma, nos restantes. A actividade devia ser regida por uma ‘Ordem’ (ou coisa do género), e não por associações que apenas tratam do corporativismo, de prémios e pouco mais. Esta ‘Ordem’ teria, em princípio, o mesmo tipo de figura legal que outras ordens – a dos médicos, dos engenheiros, etc. – têm, isto é, serem dotadas de uma espécie de direito objectivo (peço desde já desculpas pela designação, haja quem a corrija).
Sobre o primeiro tema, tive o privilégio de integrar o grupo que lançou o Código de Conduta da APCE. Neste código, destinado a todos os que trabalham em gestão da comunicação e relações públicas, está prevista a fiscalização do seu cumprimento que "é exercida, antes de mais, pelos associados da APCE e por quantos estejam em consonância com os princípios nele enunciados, cabendo à Direcção da Associação a responsabilidade da instrução de processos por eventuais infracções e pelo respectivo sancionamento, até à exclusão."Para a "eficácia" desta exclusão, ou seja, para que ela resulte numa real sanção pelo prevaricador, será necessária a representatividade da Associação e o seu reconhecimento pelo mercado. É nesse sentido que, como presidente do Conselho Consultivo e de Ética da APCE, tenho a missão de propor à direcção, com o contributo de vários colegas, um modelo de autenticação e credenciação do exercício da profissão.E entramos na segunda questão colocada por cjt.Sendo ainda prematuro adiantar esse modelo, posso desde já partilhar, com os muitos profissionais que têm vindo a debater o tema, que a figura de "Ordem" será a menos indicada para a profissão. Contrariamente aos exemplos frequentemente apontados dos engenheiros, economistas ou os mais recentes designers, esta é uma prática profissional que reúne (e ainda bem) formações tão díspares como licenciados em comunicação, economistas, arquitectos, juristas, sociólogos ou antropólogos. O caminho será muito provavelmente outro, mas será certamente consentâneo com a realidade da profissão, com as melhores práticas internacionais e com o rigor que uma credenciação exige. É um passo muito importante, está a ser debatido e maturado. Mas vai avançar. O mercado - e a diferenciação de que tanto se fala - assim o exige.

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publicado às 10:42

Ainda Avellar Soeiro

por Alda Telles, em 10.12.10
Estamos sempre a aprender, Rodrigo, de facto.Descobri, através da sua crónica de hoje no Jornal de Negócios, que Baptista-Bastos trabalhou com Avellar Soeiro no LNEC :
Falecimento de um homem de bemCom 92 anos e uma vida rodeada de respeito e de honra, faleceu, há dias, Avellar Soeiro, o primeiro ‘public relations’ português, que conferiu à profissão os galões de dignidade e de prestígio de que a profissão necessitava. Nos anos de 60, estando ele no Laboratório Nacional de Engenharia Civil, onde desempenhou nobilitantes tarefas, convidou-me e ao Daniel Filipe, a organizar um gabinete de Imprensa, que promovesse as Primeiras Jornadas Luso-Brasileiras de Engenharia Civil. O Daniel e eu estávamos em situação económica dificílima, acrescida, no meu caso, de me ter envolvido em acções políticas directas. Avellar Soeiro conhecia o caso. E contratou-nos. Devo dizer que o nosso trabalho, apoiado e estimulado por Avellar, constituiu um êxito muito grande. No decorrer dos anos via-o, ocasionalmente, nas Portas de Santo Antão, e trocávamos as palavras que a nossa amizade e a cordialidade que nos era própria exigiam e explicavam. Sentia, sempre e sempre, uma grande emoção ao vê-lo e ao conversá-lo. Monárquico, culto, elegantíssimo de trato, também eu pressentia nele a estima com que me dignificava. Sem nunca fazer referência às minhas convicções e, naturalmente, nem eu às dele, recordávamos a amizade nascida em circunstâncias tão estranhas quanto adversas. Recordo, com emoção e orgulho, o homem de bem, o português exemplarmente raro e o querido amigo que perdi.
Está, definitivamente, por escrever, a história das Public Relations em Portugal.

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publicado às 21:10

O primeiro Código de Lisboa

por Alda Telles, em 03.12.10
 Soube pelo Martins Lampreia, no Twitter, que morreu no dia 30 de novembro Domingos Avellar Soeiro, considerado o pioneiro das relações públicas em Portugal. Perdão, o primeiro Public Relations. Até ao final da sua vida, não aceitou a tradução da expressão anglo-saxónica, considerando-a "facilitista", e relembrava que outros vocábulos se mantiveram no original, como "marketing" ou "franchising".E foi de facto com a função de "Public Relations" no LNEC que iniciou a sua carreira na área. Aconteceu por acaso, ao descobrir o anúncio acima reproduzido no Diário de Notícias de 31 de Novembro de 1959 (curiosamente, há quase exactamente 60 anos).Reza a lenda que o LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil) foi a primeira organização portuguesa a contratar um Public Relations e a apostar na transparência e abertura da instituição aos media e à sociedade. Tudo graças à visão do seu director à época, Engº Manuel Rocha.Depois de três décadas no LNEC, Avellar Soeiro foi, nos anos 90, director do gabinete de PR do Centro Cultural de Belém.Foi ainda fundador de duas empresas de consultoria, a "Ponte Internacional Lda"e a "PRIL - Public Relations International Ltd", que não sobreviveriam ao ano quente de 1975.Distinguiu-se também no associativismo. Foi fundador da extinta SOPREP (Sociedade Portuguesa de Relações Públicas) em 1968, que adoptou em 1970 o primeiro código de ética da profissão, conhecido como o Código de Atenas.Lutou, desde 1971 até à sua morte, pelo reconhecimento oficial da profissão em Portugal. Processo sucessivamente protelado ao longo de vários governos... até ao actual.Foi também pioneiro da expressão "Código de Lisboa". Sim, antes do recente código aprovado pela ONU, Avellar Soeiro conseguiu que a CERP (Confederação Europeia das Relações Públicas) aprovasse em 1978, na capital portuguesa, o Código de Conduta Europeu da Profissão de RP.Premonitoriamente (?), Rogério Ferreira de Andrade, professor da cadeira de RP da licenciatura em Ciências da Comunicação da UNL, publica aqui a, suponho que última, entrevista a Avellar Soeiro. E deixa a seguinte reflexão: 50 anos depois, o estatuto da profissão não parece ter mudado muito. No entanto, continua a atrair milhares de jovens.Eu diria que tem que evoluir. O Código de Conduta da APCE é o primeiro passo para o processo de acreditação da profissão. Temos de trabalhar, a sério, neste projecto.

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publicado às 11:56

Think Pink, Act Pink

por Alda Telles, em 28.05.10
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=OEdVfyt-mLw&feature=bulletin]Fabuloso video, chamado "Pink Gloves Dance", realizado pelos trabalhadores de um hospital norte-americano em Providence, no Oregon. Objectivo: aumentar a notoriedade da causa da luta contra o cancro da mama.Não sendo completamente amador (nota-se que teve alguma produção), a sua simplicidade e genuinidade são contangiantes. Os seus mais de 10 milhões de visualizações provam o seu incrível efeito viral. Contudo, acredito que quando se dispuseram a fazer este filme, os trabalhadores (de médicos a faxineiros) não pensaram "Vamos fazer um video viral". Apenas puseram todo o seu entusiasmo numa acção de comunicação mais eficaz que muitas das campanhas que já vi sobre o tema (incluindo a que corre agora na Fox Life, com "celebridades" da moda).Não sei se isto se inclui em responsabilidade social, ou cause-related marketing ou relações públicas. Só sei que é uma grande campanha, ancorada no Youtube.Pergunta: seria imaginável uma campanha destas num hospital português?

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publicado às 17:59

É mais o que os une que aquilo que os separa

por Alda Telles, em 26.03.10
Têm surgido diversas sondagens, opiniões e comentários sobre o crescente papel das Relações Públicas na produção de conteúdos para os media. Num sentido tendencialmente pejorativo, fala-se de "spin nas notícias", deixando alguns autores insinuar que os profissionais de RP formatam informação à sua medida e que esta é cegamente replicada pelos jornalistas. A conclusão simplista é que cada vez menos devemos acreditar naquilo que lemos, ouvimos ou vemos.Esta questão é muito interessante porque na realidade põe em causa várias profissões: os profissionais de relações públicas (vulgo assessores de comunicação) e os jornalistas, mas também todos aqueles que produzem e são fontes de informação, como especialistas, políticos, polícias ou cientistas. Não é pois com certeza a fonte que determina a credibilidade das notícias.Outro aspecto muito relevante desta questão são os custos da informação. Num aceso debate ontem no Twitter, o director do Expresso dizia "Conteúdos fiáveis custam dinheiro". Não é pois de admirar que os estudos - da Austrália aos Estados Unidos - mostrem que apenas entre 5 a 15 por cento das notícias são desencadeadas por pura investigação jornalística. Todo o resto vem das mais variadas fontes. São os custos, claro, para uma indústria que está desesperadamente à procura de um novo modelo de negócio.No caso do profissional de comunicação e relações públicas (interno à organização ou de uma consultora), não é por ele ter objectivos concretos no fornecimento de uma informação que a torna falsa ou enviezada. O que pode acontecer - acontece cada vez mais - é a falta de tempo dos jornalistas (e outros distribuidores de informação, como os bloggers) para aprofundarem as matérias ou até mesmo para confirmarem ou confrontarem as histórias que lhes são contadas.Tal pressupõe que ambas as profissões observem as mais elementares regras de uma relação win-win. O profissional de comunicação e relações públicas tem como dever deontológico não falsificar informação e o jornalista tem o dever de exigir a fiabilidade dos factos e, se se sentir "manipulado" ou "enganado", confirmar, cruzar ou desprezar essa informação.Se as Relações Públicas "conduzem a agenda dos media", é porque os bons profissionais fazem o seu trabalho, pesquisando, estudando tendências, preparando e fornecendo boas matérias para os jornalistas. Isto é bom para estes e para as suas empresas em dificuldades.O que para ambos é fundamental, é rejeitar liminarmente, e sem pudores,  a teoria do "spin" como base das suas respectivas missões. É mais, portanto, o que os une do que aquilo que os separa.

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publicado às 13:54

Do Associativismo na Comunicação

por Alda Telles, em 24.02.10
Um post aqui suscitou a reacção da APCE aqui.Somos, de facto, um país onde o associativismo é fraco. Fraco na mobilização dos interessados e, consequentemente, fraco na capacidade de intervenção e influência, quer interna quer externamente.No caso concreto da Comunicação e das Relações Públicas, foram várias as associações criadas ao longo dos anos para congregar interesses específicos de uma profissão e uma carreira de difícil enquadramento e com entendimentos muito latos.A APCE - Associação Portuguesa de Comunicação de Empresa conseguiu finalmente, nos últimos anos, afirmar-se, crescer, captar novos e velhos profissionais, criar pontes com as principais congéneres estrangeiras e lançar, pela primeira vez, um Código de Conduta (para o qual tive o prazer de contribuir). O objectivo último: a credenciação e dignificação de uma profissão em crescimento (eventualmente descontrolado).Desconheço as motivações de uma putativa nova associação, mas pergunto-me se os seus promotores conhecem a APCE e se os seus objectivos - certamente nobres - não poderão ser atingidos procurando integrar propostas e novos insights no seio de uma comunidade aberta a todos os que vierem por bem - mais uma vez, por bem da profissão.

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publicado às 19:59

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