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Teoria fundamentada da comunicação eleitoral

por Alda Telles, em 22.01.23

Como Perder Uma Eleição

Em "Como Perder Uma Eleição" (Luis Paixão Martins, 2023, Livros Zigurate), o autor começa com uma falsa modéstia: "Publicar um livro em que um operacional procura teorizar as práticas das campanhas políticas é como projectar um resultado eleitoral depois de conhecido o escrutínio dos votos." (p.11). Falsa porque na realidade o livro trata daquilo que na academia se designa por grounded theory ou teoria fundamentada. LPM foi recolhendo dados de situações reais de três campanhas eleitorais em que participou (e ganhou), interpretou-os e criou uma teoria geral da comunicação eleitoral.

Este livro propõe assim um conjunto de conceitos úteis aos profissionais de comunicação e a todos os actores envolvidos em campanhas. Esses conceitos são depois transformados em conselhos, habilmente apresentados como uma lista de "8 erros a evitar", uma forma moderna e eficaz de captar a atenção e a leitura.

Os erros, a saber, são: 1) Fazer uma campanha dirigida às bases de apoio consolidadas; 2) Usar as sondagens como resutados eleitorais 3) Divergir da bolha mediática; 4) Encarar os debates como combates de boxe; 5) Agendar episódios e incidentes, 6) Convocar activos tóxicos; 7) Querer agradar a todos; 8) Querer mudar o mundo em dois meses de campanha. Aos leitores de descobrir os fundamentos, bem explicados e documentados, destes mandamentos.

Apesar da simplicidade aparente desta teoria e dos seus postulados, uma campanha eleitoral é na prática um programa de comunicação ultracondensado no tempo, nas acções, nas reacções e cujo outcome é cruelmente binário: ou ganhámos ou perdemos. Ao longo do livro são-nos oferecidos muitos casos e referências que confirmam que a comunicação eleitoral consiste em 20 por cento de inspiração e 80 por cento de falta de ar. 

Desenganem-se os que esperam um manual de automotivação para spin doctors. LPM partilha uma visão altamente pragmática e desapaixonada do papel do conselho em comunicação, onde perpassa alguma desilusão com o actual ambiente mediático. Numa aparente relação de trocas e influências mútuas, uma campanha eleitoral é hoje "um combate sem descanso entre o objectivo da candidatura de promover a sua narrativa e o propósito jornalístico de provocar ou explorar o erro, o conflito, o incidente." (p.124). 

De facto, o exercício profissional da comunicação e das relações públicas desenvolve-se hoje naquilo que chamamos a crise constante. Se na comunicação política é por demais evidente o confronto permanente - para o qual LPM advoga o uso criativo de "palavras competitivas", nas outras dimensões da comunicação também pairam constantemente o espectro das crises, nomeadamente "as crises nas redes sociais". Penso que o tema da crise permanente, da turbulência e da disrupção como "o novo normal" da comunicação justificaria um novo manual.

Um outro aviso a uma navegação eventualmente mais orientada para o mundo maravilhoso da comunicação digital: a análise de LPM centra-se no sistema mediático profissional e pouco relevo é dado às campanhas nas redes sociais. Afirma o autor que, para atingir outros eleitores para além da base de fãs, "a principal plataforma comunicacional continua a ser o sistema mediático." (p.83). O argumento é, mais uma vez, o facto que, salvo raras excepções - os trolls, os concorrentes e os jornalistas (palavras minhas)- os públicos nas redes sociais são essencialmente os militantes e fãs do partido. Por outro lado, vários estudos referem que as pessoas continuam a receber informação política essencialmente através da comunicação social e em particular da televisão. Nesse aspecto, não se evoluiu muito em termos de premissas de marketing político desde o mítico debate televisivo Kennedy-Nixon em 1960.

Ao longo do livro, são muitas as referências a episódios históricos e gurus da comunicação política (sobretudo os americanos, o que por vezes distorce a percepção da realidade comunicacional europeia e portuguesa), e histórias das campanhas nacionais, algumas ferroadas divertidas e muita food for thought. Uma especial referência ao capítulo dedicado às sondagens, tema hoje em dia considerado polémico e uma indústria com problemas reputacionais, mas que, numa excelente demonstração do autor, reside antes de mais na sua (má) mediatização. Vale a pena ler com atenção este capítulo (p.53-78) embora suspeite que os jornalistas o vão ignorar olimpicamente.

Um reparo final e sugestão para as próximas reedições: falta um índice remissivo, muito útil para este tipo de publicação.

Em P.S. (post scriptum), deixo aqui algumas das minhas passagens favoritas:

As campanhas eleitorais têm por objectivo mobilizar os eleitores a irem votar. Não servem para os deprimir. Para isso temos os media. (p.130)

A campanha eleitoral é o pior local do mundo para se apresentar uma ideia boa. Porque depois de ter sido contestada, atacada e ridicularizada por todos os adversários mais os analistas e os comentadores, vão passá-lo a pente fino para detectar as armas de (auto) destruição maçica da nossa candidatura, Um bom programa eleitoral é, por isso, aquele que não nos traz novas dificuldades. (p.131)

A definição de informação vem sendo progressivamente alterada: o que conta, hoje em dia, é a sua potencialidade enquanto conteúdo capaz de gerar novas publicações, utilizações e partilhas. Isto é, a sua capacidade de entreter. (p.192)

O mundo mediático está cheio de fakes e de notícias sobre as fakes, muitas das quais são, elas próprias, fakes. As campanhas eleitorais não são excepção. (p.148)

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publicado às 18:47

Novo cartaz do PS, nova polémica. Desta vez, uma senhora de meia-idade afirma estar desempregada há 5 anos e não receber qualquer apoio ou subsídio. Uma realidade que toca a muita gente, um bom tema de campanha eleitoral.

cartaz ps.jpg

 

Qual é então o problema? O problema - para um cartaz socialista, entenda-se - é o facto de há 5 anos estar no poder um governo socialista. A confusão instala-se nos espíritos, a dissonância cognitiva dispara. Por que raio estará o PS a envolver um governo PS na mensagem? Não chegam os 4 anos de governo de coligação para passar a mensagem pretendida? Não seria mais eficaz?

procurei resposta a esta aparente má ideia e encontrei-a no twitter de um jovem dirigente socialista. Aparentemente, a história completa da senhora é que ficou desempregada há 5 anos e há dois anos que perdeu o subsídio. Ou seja, perdeu o emprego num governo socialista mas tinha apoios e o governo de coligação não só não lhe arranjou emprego desde então como lhe retirou todos os apoios.

twitter cartaz.JPG

 

Convenhamos que, mesmo depois de entender o cartaz, é uma narrativa complicada. Num cartaz com limitações de espaço e de leitura, é uma narrativa truncada e desastrosa.

Compreendo a estratégia de storytelling por que o PS optou. É um tema aliás caro a Edson Athayde, ainda há menos de dois meses fui ouvi-lo numa palestra - brilhante - sobre storytelling. As mensagens passam melhor e são melhor entendidas e adoptadas através duma história.

Mas o meio também é a mensagem. E no medium cartaz é difícil contar uma história com tantos e subtis detalhes. Se preciso de outra legenda para entender uma legenda, perco eficácia e posso até gerar muita confusão.

No caso, a confusão instalou-se em todos os quadrantes políticos. Uns ficaram boquiabertos, outros ficaram de sorriso rasgado.

Um cartaz faz uma campanha? Não. Perdem-se eleições por causa de um cartaz? Não.

Mas perde-se tempo e o tempo já é curto e agora metem-se as férias e tal. As minhas começam amanhã, aleluia.

 

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publicado às 20:06

A desculpa não-desculpa

por Alda Telles, em 19.09.14

É uma técnica conhecida e usada em comunicação política e relações públicas. A desculpa não-desculpa serve, contrariamente à maioria das expectativas, para obviar a admissão de culpa ou responsabilidade de quem a pede. 

Quando o país se entusiasmou com dois dias seguidos de pedidos de desculpa por dois governantes, confrontou-se na realidade não com uma nova forma de fazer política, como alguns disseram, mas com uma nova forma de fazer comunicação política.

Esta forma pode ser nova em Portugal, mas está há muito identificada nos países anglo-saxónicos- Até lhe chamam o "classical Washington construct". Pede-se desculpa por erros cometidos por alguém e promete-se apurar responsabilidades.  É a forma passiva-evasiva de reconhecer um erro e ao mesmo tempo afastar qualquer responsabilidade pessoal.

Este construto da desculpa não-desculpa é muito útil quando não há realmente nada a fazer para compensar o erro ou evitar a sua persistência ou repetição.

 

Façam aqui a verificação:

 

 

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publicado às 15:00

Maduro e a guerra da comunicação

por Alda Telles, em 14.04.14

 

 

O presidente da Venezuela anunciou ontem a criação de um "Ministério para a Comunicação Internacional, dedicado exclusivamente à defesa mundial da Venezuela".

 

"É um grande repto para qualquer país poder enfrentar a guerra comunicacional, que se tem manifestado contra a Venezuela, a revolução e, em especial, contra mim como presidente", afirmou Maduro.

"Temos vencido todos os desafios surgidos, mas há que admitir que, do ponto de vista mediático"[..] "todos esses meios de comunicação, e os porta vozes da oposição que têm saído pelo mundo a pedir uma intervenção contra a Venezuela"[...] "têm feito um grande dano ao país", declarou Maduro.

 

Nicolas Maduro tem-se focado, nos últimos tempos, naquilo que diz ser uma "guerra mediática de desinformação" contra a Venezuela. Durante a vaga de protestos em fevereiro passado, e quando uma manifestação terminou em violência no centro de Caracas, diversas montagens contra Maduro e o governo foram disseminadas nas redes sociais, e em cadeias de televisão internacionais como a CNN.

 

Maduro entende que existe "um plano internacional contra a Venezuela" que se desenvolve por via mediática, e onde se incluem os meios digitais, onde imagens, falsas ou verdadeiras, percorrem o mundo em questão de segundos, sem a maioria das pessoas verificarem a sua origem antes de as partilharem.

 

O caso de Maduro, por muita paranóia que se lhe queira eventualmente atribuir, contém um facto real no cenário político actual. A guerra da comunicação política desenvolve-se hoje na rede mundial e os regimes enfrentam desafios cada vez mais complicados na gestão da sua reputação internacional.

 

Os foros tradicionais  como a ONU, a subcomissão de Direitos Humanos, a Organização de Estados Americanos ou a União de Nações da América do Sul, onde Maduro diz que a Venezuela goza de "muito prestígio", estão a perder credibilidade e influência em termos do reconhecimento internacional dos regimes.

 

A guerra da comunicação é, cada vez mais, uma guerra de "inteligência da comunicação". Os exércitos recrutam-se agora nas redes sociais.

 

[Imagem retirada do DN online]

 

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publicado às 08:30

Estamos melhor ou estamos pior?

por Alda Telles, em 01.04.14

Esta é uma pergunta que parece ter-se tornado viral, mas como um vírus mau, do tipo ébola.

Cada vez que um político faz esta pergunta, recebe as respostas contrárias à sua tese.

O folclórico senador republicano Ted Cruz arriscou-se a fazer a pergunta maldita no Facebook. Esquecendo-se que as pessoas respondem.

Senhores políticos, mudem o guião.

 

 

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publicado às 23:21

Manuel Valls, um homem da comunicação

por Alda Telles, em 31.03.14

 

Valls em 2000 com o primeiro ministro Lionel Jospin

 

 

O novo chefe do governo francês, Manuel Valls, conhecido pela sua linha dura, reforçada pela circunstância de ter sido até agora o "ministro das polícias", é um homem da comunicação.

 

Entre 1997 e 2001 foi o assessor de imprensa de Lionel Jospin, primeiro ministro naquela época.

 

Arranca o mandato, à partida, com três vantagens:

 

- Conhece os media e os jornalistas

- Não beneficia da simpatia geral dos jornalistas, que o consideram brilhante mas arrogante

- Não gosta de jornalistas, mas respeita-os e sabe do seu poder.

 

Tem portanto todos os ingredientes para uma gestão eficaz da comunicação do seu governo e não se arrisca sequer a um "período de lua de mel" com a imprensa que tantas vezes inebria e depois desilude governantes mal preparados para a realidade mediática.

 

 

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publicado às 19:22

God bless Portugal

por Alda Telles, em 27.03.14

 

Mário Crespo, na sua pungente despedida ontem à noite dos écrans da SIC Notícias, terminou com um religioso-patriótico "Deus abençoe Portugal". Eu traduzo: o que ele realmente disse foi "God bless Portugal".

 

A sua inapelável admiração pela cultura norte-americana trouxe-lhe vários dissabores e desde que saiu de Washington como correspondente nunca mais se reconciliou com a televisão pública e, em certa medida, com a sua vida profissional. As suas inegáveis qualidades de entrevistador/comentador na SIC pareciam sempre infectadas de uma inultrapassável agrura.

 

Esse apelo ao jornalismo e à cultura norte-americana teve ontem a sua expressão máxima no "God bless Portugal", que deve ter traduzido para português num último instante de pudor.

 

Não deixa, porém, de ser curioso que um conhecedor como Crespo da cultura política norte-americana, não saiba as origens pouco simpáticas do termo que passou a ser rotina nos discursos presidenciais.

 

"God bless America" foi dito pela primeira vez por Richard Nixon em 1973, em plena crise do escândalo Watergate: "Tonight, I ask for your prayers to help me in everything I do throughout the days of my presidency.God bless America and God bless each and every one of you."

Seria só Ronald Reagan, em 1980, a recuperar a frase e a torná-la a "assinatura standard" dos discursos presidenciais.

 

Hoje é uma expressão sem significado, ou até mesmo contradizente com um estado laico, mas que tem de ser dita porque todos estão à espera que seja dita. É o equivalente a usar um pin da bandeira na lapela. 

 

 

 

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publicado às 12:03

Obama e o "ocidente democrático" estão a ser ultrapassados pelos acontecimentos na Crimeia, todos os dias. Qualquer solução, porque a questão rebentou coxa, passará por um necessário recuo dos "amigos" de Kiev, mesmo que em termos comunicacionais, no ocidente pelo menos, se passe a imagem de "violação constitucional", "tentação czarista" de Putin e outros monstros que facilmente se avivam na memória colectiva da guerra fria.

 

Este cartoon é implacável pelo "meme" que utiliza. O mais famoso poster político de todos os tempos, Yes We Can, de Obama, confronta-se com um implacável No You Can't de um Putin que parece saber bastante mais de história que o presidente americano.

 

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publicado às 21:46

Morreu ontem Joseph Napolitan, considerado o pai da consultoria política moderna. 

Fundador da Napolitan Associates, ajudou à vitória de John Kennedy e de Lyndon Johnson nos Estados Unidos, ou de  Ferdinando Marcos nas Filipinas e Giscard d’Estaing em França. Trabalhou centenas de campanhas políticas e foi conselheiro, por exemplo, de Boris Yeltsin e Howard Dean.

Foi fundador da American Association of Political Consultants e da International Association of Political Consultants.

O seu livro “The Election Game and How to Win It”, de 1971, continua a ser uma bíblia para a gestão de campanhas políticas.

Mais recentemente, em 1986, deu uma palestra na Conferência Anual da International Association of Political Consultants que reuniu depois num pequeno livro: "100 things I have learned in 30 years as a political consultant".


Deixo aqui algumas das dicas que Joe Napolitan partilhou com os seus colegas:


- A estratégia é o factor mais importante de uma campanha

- O efeito do "voto no candidato ganhador" não existe

- As sondagens são essenciais mas não nos podemos deixar enganar

- Um partido dividido perde força

- O timing é essencial: usar um tema demasiado cedo - ou demasiado tarde - pode anular o seu impacto

- Nunca subestimes a inteligência do eleitorado

- Não subestimes o impacto de um governo impopular

- A percepção é mais importante que a realidade

- Devemos proteger primeiro o nosso território (base de apoio)

- Mas não temas invadir o território da oposição

- Nunca é demasiado cedo para iniciar uma campanha

- Se o candidato não segue os nossos conselhos, é melhor ir embora

- Repetir constantemente as mensagens

- Cuidado com os voluntários. Amadores apaixonados não podem tomar decisões.

- O inimigo do teu inimigo não é necessariamente teu amigo. Esta frase, que deu título ao post, é das minhas preferidas. Serve para a política e para a vida em geral. Estes novos amigos que se "transferiram" podem rapidamente tornar-se também teus inimigos.


 

Uma tradução castelhana deste livrinho pode ser acedida aqui.

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publicado às 08:50

A outra entrevista, as mesmas garfadas

por Alda Telles, em 14.11.13

Declaração prévia: gosto do Fernando Moreira de Sá.

 

Posto isto, a sua entrevista à Visão dá-me o mote para discorrer sobre aspectos da preparação de entrevistas que são sistematicamente descurados, até pelas pessoas mais preparadas. 

 

A máxima mais importante, a reter para qualquer entrevista: estamos a falar para os leitores, não para o jornalista. 

Segunda máxima: a entrevista deve ser dada em ambiente controlado pelo entrevistado.

Terceira máxima: não há jornalistas amigos (não confundir com amigos jornalistas)

 

Estas máximas não foram obviamente acauteladas na famosa entrevista de José Sócrates a Clara Ferreira Alves e na já não menos famosa entrevista de Fernando Moreira de Sá a Miguel Carvalho.

 

Ambos fizeram questão, como experientes que são nas relações com os media, em não fazer nenhuma exigência ao entrevistador. Ambos sabiam que não há outra forma que não seja confiar na edição do entrevistador para que saia um produto final equilibrado, que dê ao leitor o essencial da conversa.

 

Esta expectativa sai geralmente, em maior ou menor grau, frustrada, porque o entrevistador não destacou o que achamos essencial e importante, porque destacou um aspecto marginal, porque o título saiu redutor e muita aquém da riqueza das mensagens e do conteúdo que procurámos passar. É normal, não há entrevistas perfeitas porque não há entrevistados nem entrevistadores perfeitos. Ainda assim, há um inimigo fatal: o excesso de confiança. Ou de auto-confiança, ou de confiança no entrevistador.

 

Em grandes entrevistas institucionais, como foi a de José Sócrates, a edição foi quase mortal. O alinhamento dos temas foi algo caótico e, sobretudo, a não-edição da linguagem coloquial, da conversa "de café" (no caso, de restaurante italiano), que se colou à pele do entrevistado e fez de todos os leitores virgens do século XIX. Evidentemente que a não-edição foi opção da entrevistadora, e certamente não esperada pelo entrevistado.

 

No caso do Fernando Moreira de Sá. que se proclama publicamente um filho do Norte, tenho a certeza que o entrevistador editou e "limpou" todos os "caragos" da conversa. Ainda assim, o entrevistado viu-se obrigado a prestar esclarecimentos, apesar de frisar a correcção das transcrições do jornalista. O que significa que, provavelmente, depois de vários "jantares no Antunes", as guardas baixaram durante a entrevista formal.

 

Sobre a qualidade e pertinência dos conteúdos de cada uma das entrevistas, diria que são duas entrevistas históricas. E que dois mestres em comunicação não as conseguiram dominar completamente. Conselho: levem sempre um assessor às entrevistas.

 

 

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publicado às 22:00

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